sábado, 18 de outubro de 2014

Laços...

Laços?
Não tenho laços, nem de sangue nem de compromisso.
Não me amarro a regras, não amo por obrigatoriedade, ou mesmo pro procuração,
bicho desgarrado esse que teima em continuamente questionar o que lhe é dado.
Não cumpro papeis,não obedeço a costumes, sou fruto de minha liberdade.
Não me apego ao que me é próximo, familiar, institucional.
Me apego ao que me cativa,ao que me penetra a alma e me faz querer ser infinitamente melhor.
Me apego ao que me faz sorrir em silêncio ao lembrar de gestos,palavras, momentos.
Meus laços não são de sangue,são de afeto.Por eles mato e morro, me torno definitivamente maior....
Quem me mostra meus companheiros de jornada não são as estruturas sociais,o habitus, ou o cotidiano,o costume das horas ou a genética.
Não amo porque devo amar.
Amo porque reconheço quem consegue atravessar meus muros e se tornar infinitamente eterno.
Amo as redes que se tramam entre as sombras do imponderável,em gente que me faz querer ser a cada dia mais e mais humana.
E eles sabem,sabem que são.
Sabem quem sou.
Reconhecem minhas luzes e sombras e me amam apesar ou por isso...
Não me jogam pedras.
Aceitam o ser que sou.
Me fazem pequenas surpresas e me provocam uma felicidade profunda apenas quando dizem que em algum momento se lembraram de mim ou quando sorriem e me dizem algo que acham definitivamente a minha cara..
É que eles sabem,sempre souberam,que estão cá dentro e fazem parte desse indefinível e confuso universo que sente e pensa,ou seja : eu.

Nenhum comentário: