quarta-feira, 22 de abril de 2009

Até quando



Lá fora corre célere o tempo,mas é aqui dentro que permanece o silêncio, ecoando nas paredes brancas, banhadas de sol... E enquanto tudo caminha as perguntas caem ao chão,por que? Até quando? Será? Já são todos na correria diária, a impedir a contemplação do não vivido, ainda, a impelir ao movimento, enquanto aqui dentro permanece o instável, em sua aura de mistério, como um mergulho no vazio... Recuso-me a encarar o não,porque aqui dentro,ah..Aqui dentro é vida,é sangue correndo na veia ,é silencio de sorrisos,é calor,é o nada.Antes fosse o nada...É tudo..Mais de mim do que jamais sonhara, poeticamente, enquanto me entorpeço de sonhos só por proferir o seu nome,infinitamente,infinitamente.....A repetir ao vento, enchendo-me de coragem, que se dane o mundo,porque seu nome é sopro de vida,é certeza da continuidade de mim mesma,posto que ,até quando?Então vem o medo e escondo-me sobre minha coleção de certezas, organizando-as ao meu redor como a uma muralha... Minha felicidade?Desconheço esta palavra, sou séria, compenetrada, pratica e até feliz. Mas é na curva da noite em que posso ouvir meu interior em que encontro a tua voz,ainda,a me preencher de vida e derrubo meus muros,aos prantos ao saber que não foram suficientemente altos,estou aqui de novo,no fundo do poço a soluçar e esperar por você,até quando?

3 comentários:

Filipe Barbosa disse...

Tati, Tati...

Essa é a excêntrica busca pelo melhor de nós mesmos, ora necessária, ora insuficiente, na incessante propriedade um tanto quanto nietzschiana em que "para se dar a luz a uma estrela dançante é preciso que se porte o caos dentro de si".

Encarei o viés do seu texto como se a procura fosse essa, independente das convenções sociais estipuladas em nossa realidade.

Beijos,

Cordialmente, Filipe Barbosa.

Tatiane disse...

A busca sempre é por nós mesmos,mesmo quando personificada na figura so outro....as vezes infrutifera,cega,mas sempre na direcao dessa luz que nos move...essa estrela nao dança nao....rs...mas o caos,ah,esse existe e é profundo,doloroso até....Enfim, nao ha dor que nao traga algo de bom...bj

Filipe Barbosa disse...

Poxa, "Enfim, nao ha dor que nao traga algo de bom...".

Isto foi tão forte quanto verdadeiro. E é factível, mesmo.
O caos é portante e intermitente, já os olhares, inconfundíveis.