domingo, 29 de setembro de 2019
Leve
Do corpo estendido na cama,misturado aos lençois... Os olhos fechados, dos restos de sonho pelos cantos do quarto,enquanto as primeiras luzes do dia tentam alcançar a cama.. As pernas emboladas, as mãos espalhadas aqui e ali..Agora era um silêncio denso, fragmento de bruma, onde antes foi grito, morte e vida.Momentos antes, ou seculos? duas bocas, mãos que rasgavam,percorriam, descobriam curvas. Já era o inevitável, o movimento confuso de duas descobertas, o desejo se impondo ao medo, a pele rompendo ao toque.O gosto do novo, pela força de dizer sim... Pela coragem de ser nós.. dedos,entrelaçando nos cabelos, cores que se mesclam em um só tom, texturas diversas.suave. denso.profundo. e um constante revolver-se, sem saber onde começava um ou outro...Boca. Pele.Olhos.Tudo ao mesmo tempo...Agora, restam no chão os fragmentos do caos e um último som reverberando pelas paredes frias... Agora resta um corpo, em duas partes, misturado à poeira leve que paira no ar, respirando as primeiras horas do sol, estendendo por alguns instantes mais o momento de abrir os olhos e viver..por hora, resta uma só respiração,as marcas do corpo e um resquício da noite, que ainda não se pôde romper...
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