segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Histórias à beira do rio- 2

Diz-se do medo que quem tem,que não mergulhe no Rio. Tive medo... Tremor nas pernas.Mão suadas. Peito em desalinho...Pensei em fugir.Mas o pôr de sol convidava. O leito do Rio era um espelho e o barco jaáesperava. Entrei. E as margens abriram-se para os olhos, douradas, silenciosas, enquanto a proa cortava as águas. Senti as ondas, o vento no rosto.O movimento suave .De uma margem à outra. Cheguei. Mergulhei meus pés na lama barrenta .Caminhei em terra, aeia e grama. Conheci a vegetação suave, dessas que resistem ao calor incessante dos trópicos...Continuei....A cada passo, o medo, a necessidade de voltar...Mas os pés não obedeceram.E seguiram até chegar ali, no meio do mato, em meio à terra. A curva do rio se erguia. De um lado o pôr do sol.Do outro, a lua crescente, refletida nas águas escuras.Sem pensar, mergulhei no rio. Senti o medo dissolver conforme a água me tomava...e assim,no momento que minhas mãos tocaram a água, com um movimento suave, senti sair dos dedos o anel, escorregando como se mão humana a puxasse, para sumir no infinito escuro e frio, como um tributo...em silêncio, concordei.


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