segunda-feira, 2 de abril de 2018

Helena,vem ver o mundo

Helena,tão bela,ainda não conhece o mundo

Não sabe de todas as guerras

Desconhece os murmúrios de dor

Ignora o sofrimento humano

Não ouve as mães que choram por seus filhos, o sangue no asfalto,

os feios carros pretos,subindo incessantemente as ladeiras

Helena não vê o rosto do homem, que acorda sobressaltado,pensando no emprego que perdeu.Ali do lado do berço, o segundo filho dorme e o terceiro espera para nascer

. Helena não sabe o gosto amargo das esquinas dessa cidade, onde o ódio e a intolerância matam.no grito ou na bala, qualquer projeto de liberdade. Helena não sabe nada.

Só sabe que quer vir.

Quer ouvir o latidos dos cães, a preguiça dos gatos no chão,

sentir a brisa fresca de outono,caminhar na areia branca da praia, mergulhar no mar azul.

Helena quer girassóis nos cabelos,

quer ouvir as canções dos homens,

quer inventar sua própria poesia.

Enquanto escrevo, Helena chegou na janela, olhou lá de cima e cismou que era hora de vir aos homens.

Enquanto dormimos ela prepara sua chegada, silenciosamente, trazendo as cores de uma nova estação.

E eu,que há muito não sonhava, hoje espero seus braços e seus olhos nos meus..

Dorme Helena, enquanto é tempo,

para na hora certa acordarmos para a sua poesia,no tempo certo de tudo..

E então, quando houver ódio e a vida mostrar o não, tu pegarás minha mão e me levará até a janela,para mostrar tudo que ainda pode ser





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