domingo, 28 de junho de 2015

Nordeste

Nessa terra tão amada, de um amor doloroso e calmo que se faz eterno, me perco pra me encontrar,sempre.. Terra de som e cheiros, de mãos que trabalham e cores que dançam na minha retina, de culturas múltiplas,que batem no rosto como um desafio de repentista... Mesmo que eu vivesse mil anos não conseguiria descrever .... Na trama dos teus dias,milhares de rendas e fitas enfeitam casas e pessoas, bordam amores,encontros e desencontros de gente que vem de longe pra enterrar os pés na tua areia,nas tuas aguas verdes,sentir o vento limpar cada grão de poeira da alma... Quem me dera acordar todos os dias e assistir da janela tuas danças,teus bonecos de barro, tua gente que me sorri a cada esquina onde os sotaques e as palavras se misturam e me encantam , me chamam à praça,pra ouvir as músicas e versos,me demorar nos mercados e nas igrejas,ver as fogueiras que se armam sob o brilho das bandeirinhas e saias que giram,furiosamente.. Quem dera girar eu também, no meio da rua,enquanto passa o Maracatu... Resta a nós,os que não são daqui,observar encantados, na ansiedade de tomar parte, ,a evolução dos grupos,vozes e corpos que preenchem o peito, gravar no coração um pequeno fragmento de sonho e voltar pra casa, com a promessa de voltar em breve..Resta a poesia, que "não está nos versos, por vezes ela está no coração, e é tamanha a ponto de não caber nas palavras."Jorge Amado

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