quinta-feira, 18 de abril de 2019

Desacelera

De todas as coisas que aprendi a mais importante foi a entender a brevidade do tempo das coisas e das pessoas...Assim, mesmo bem pequena eu sempre soube ou intuí que cada momento era único e me dava angústia,sempre me deu, perceber que a configuração perfeita,de pessoas e lugares era muito muito breve...Isso porque eu sempre consegui enxergá-las em um fluxo constante. Jamais estiveram paradas. Durante um bom tempo eu tentei reter - pessoas e situações - por amor ou por medo de sentir dor. E percebi, mesmo que muito devagar,que não se pode reter o tempo. Foi assim que aprendi(ainda que - como dizia a minha vó -com muitos galos na testa,como são todas as coisas que a gente aprende de verdade) a maior declaração de amor que alguém pode fazer por você é compartilhar o seu tempo. Independente de grana, pressa, dores, distâncias... Porque dizer sim não tem lugar fora do intervalo do nós...Essa certeza veio desde a adolescência, quando eu passava horas jogando conversa fora nos pátios do CEFET, das resenhas inesquecíveis da faculdade, dos meus cafés salvadores,das muitas pessoas que conheci e conheço e que passam um tempo e depois se vão..Mas no momento em que ficam,nesse incrível e insubstituível intervalo entre o sim e o não, é que se faz a comunicação, onde a música pára e aquele que está do seu lado, amigo, amor ou as duas coisas juntas, consegue sentir a presença sutil do tempo ....Que não é feito de matéria, imagem ou máscaras ,mas de um sentir em comum,sem pressa ou razão,tão efêmero quanto exato.

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