quinta-feira, 30 de abril de 2015

Das borboletas...





Das borboletas da alma que insistem em por vezes invadir a modorra cotidiana e fazer a luz bater subitamente nos olhos, chegando a cegar...
Por mais que se tente fugir,o silêncio se impõe e é como se cada imagem, cada detalhe mais insignificante da trama diária de tarefas se tornasse imediatamente mais nítida...
Ao martelar incessante do relógio,impõe-se um ritmo novo,pausado, como um suspiro profundo ....
E as pernas, tomadas de um novo impulso, caminham até o jardim.
É la onde elas reinam,coloridas,leves, senhoras do sol,batendo continuamente as asas,atraindo olhares ávidos de sonho....
E quando as mãos,encantadas,tentam tocar a beleza das cores diáfanas, elas,inadvertidamente,partem para outro lugar,pousam em uma ou outra flor,sem dar tempo aos olhos para se acostumarem...
às vezes,poucas, elas sobrevoam os sujeitos suficientemente distraídos para conseguirem enxergá-las..
Em rasantes profundos, prendem o olhar, fazendo-nos caminhar insanamente pelo jardim, tentando retê-las.
Pisamos gramas,tropeçamos nas pedras, e assim,sem avisar,elas voam,definitivamente em direção ao céu, deixando em nossos rostos o sorriso bobo de ter por poucos segundos contemplado uma forma de magia profunda e mantendo na alma um estado de graça que vai impedir-nos de voltar ao cotidiano por um longo tempo..para isso foram feitas as borboletas..

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